terça-feira, 17 de abril de 2007

Trekking à Laguna Torre

Um dos pontos altos da viagem. Mistério e magia nos esperavam nesta caminhada que duraria pelos próximos 3 dias... Preparação intensa e adaptação com o material que levaríamos (mochila de trekking) e vestuário apropriado. Enfrentaríamos sol e chuva, calor e frio, vento e até neve... em pleno verão Patagônico!!!!

Aí estavam, em grande estilo, os valentes desbravadores que iniciaram o trekking até a Laguna Torre e Glaciar Torre. Da esquerda para a direita: Gustavo, Clara, Tadeu, Bete, Osvaldo, Telmo, Tânia, Simone, Nede, Flávio, Felipe, Luciana e Fábio. Ao fundo: Fitz Roy encoberto. Foto tirada pela Lúcia em frente à pousada Lunajuin.


Luciana no início da trilha, observando atentamente as instruções do Parque Nacional


Casal "entrouxado", preparado para a intempéries


Saímos da cidade rumo ao Acampamento Prestadores, quase ao lado da Laguna Torre e perto do Glaciar Torre. Levamos quase o dia inteiro caminhando e fotografando com muita vontade. O tempo ainda estava um pouco nublado, e encobria o picos mais altos.


Arbusto predominante na região, os frutos do Calafate rendem ótimas geléias e sorvetes

Chegamos quase no final da tarde, nos arrumamos no acampamento e seguimos para pegar o pôr do sol na Laguna Torre... que ventania!!!


Guia Gustavo (de azul) explicando para o grupo como se formam as morenas (sedimentos do retrocesso dos glaciares) durante as glaciações


Fotógrafos usando todas suas técnicas de fotografia no contraluz...


A janta foi espetacular, na sala dos Pitufos (Smurfs em espanhol), porque os pratos e copos eram azuis e bem pequeninhos. A comida era de primeira, picada (picadinhos), sopa, prato principal e postre (sobremesa), regado a um bom vinho argentino...preparada pela guia Ivone. Poderíamos dizer, um acampamento quase selvagem...he he he! Noite de sono na barraca e dentro de sacos de dormir para -25 °C.


Acampamento Prestadores, protegido dos ventos patagônicos pelo bosque de lengas


No segundo dia, nos preparamos para fazer o trekking até o Glaciar Torre, não esperávamos tanto sobe desce nas montanhas, que cansaço!!! Passeio legal, o tempo que não ajudou (nublado). O ponto alto foi a travessia na ida e na volta sobre o Rio Fitz Roy, que nasce na Laguna Torre, pela Tirolesa...BACANA!!!


Todos os movimentos eram meticulosamente registrados. Telmo em ação na Tirolesa e Nede no comando da fotográfica...!!!


Flávio aproveitando os últimos raios de sol para capturar o azul eterno do Glaciar Torre (tem que justificar a fama de ótimo fotógrafo e fazer jus à titulação...)


Tudo era motivo para clicar e trazer consigo o astral da Laguna Torre, mesmo que indiretamente...


Foto preferida da fotógrafa preferida... ;-), combinou até a roupa!!!

Descanso no acampamento Prestadores e reconhecimento das cercanias do acampamento. À noite, abriu um céu espetacular, como nunca antes visto, temperatura baixa (3 °C) e zilhões de estrelas no céu. Até o Cometa McNaught deu uma palhinha, apesar da magnitude já estar mais baixa. Fotos junto com o companheiro Felipe, os dois de meia e de chinelo nesta temperatura à meia noite...(juro!)

Céu fantástico, Cometa à esquerda e Cerro Solo à direita, tempo de exposição 10 min

Na outra manhã, fomos fazer a trilha até o Mirador Maestri, pelo outro lado da Laguna Torre, dia em que choveu cristais de gelo. Andamos pelo meio da floresta de lengas e ñires, costeando riachos e cascatas incríveis.

Fotógrafo em momento contemplativo das criações do Todo Poderoso...


A cada momento nos surpreendíamos mais com as belezas intocadas do local...


No caminho de volta, há todo este tempo sem banho, implorávamos por uma banheira de espuma a cada quilômetro andado. Chegamos no final da tarde. Teríamos então dois dias livres para descansar os músculos e nos preparar para o trekking ao Fitz Roy.


Cerro Torre (3.128m) em todo seu esplendor, juntamente com as agulhas Egger (2.685m) e Stanhardt (2.650m); só se mostrou no último dia. É considerada uma das montanhas mais difíceis de escalar em todo o mundo.


sexta-feira, 13 de abril de 2007

El Pueblo de Chaltén

Allí abajo, a la derecha, en esas casitas blancas que parecen copos de nieve al pie de la montana, vivimos nosotros, lãs mujeres y los hombres del pueblo de Chaltén. No se nos vê, por supuesto. Nosotros somos insignificantes, invisibles, comparados a esas cordilleras de nieves eternas, cumbres filudas, abismos vertiginosos, torrentes y cascadas atronadoras que nos rodean.

Povoado de El Chaltén, vista da Trilha da Laguna Torre ao entardecer


El Chaltén, vista de cima da ponte do Rio Fitz Roy, detalhe da cadeia de montanhas ao fundo com o Cerro Solo, Torre e Fitz Roy

Aqui el ser humano casi no cuenta, porque lo enaniza y borra la Naturaleza. Una Naturaleza que hay que escribir com mayúscula para destacar lo imponente y majestuosa que es, lo bravia e indómita que se conserva, a pesar de que hace diez mil años que aparecieron los seres humanos por aqui, tratando de domesticarla. No lo hemos conseguido todavia. ?Quién podría vencer a estas montañas? Lo más que hemos logrado es coexistir com ellas, guardándoles el respeto debido y no arrisgándonos a desafiarlas, porque ellas gana siempre. La prueba es que ahí siguen, desde el principio de los tiempos, intangibles, y, en cambio, incontables culturas y pueblos que florecieron en sus valles y altiplanicies han desaparecido, muchos de ellos sin dejar huella.


Lucia, Nede, Luciana, Gustavo e Gandara apreciando visual da cidade na volta da trilha (Loma del Pliegue Tumbado)



Refletidos no maciço granítico, os últimos raios do dia iluminam o centro de El Chaltén.
Restaurante Patagonicus ao fundo.

En Chaltén todos somos gentes modernas y civilizadas. Pero, sin embargo, la cercania de estas montañas nos inspira um respeto y uma inquietud que pueden llamarse religiosos. No paganos, ni panteístas, ni idólatras. Sino religiosos, en el sentido más elevado y profundo de la palabra: um temblor espiritual, uma preocupación por el más allá. Estas montañas altísimas que perforan las nubes, que desafían al cielo, llenan el espíritu de inquietud y de uma misteriosa melancolia, nos elevan a un mundo más inmaterial y menos pasajero que este en el que vivimos. Por eso, debe de ser cierto que los grandes místicos vivieron casi siempre em lãs alturas, que incitan a volar, aunque sea nada más que con la fantasia.


Pôr-do-sol magnífico abençoando a Igreja de El Chaltén

Pero no solo la inquietud religiosa se desarrolla em um paisaje como el nuestro. También el sentido estético de las personas. ?Quién sería insensible a um espectáculo como el que ofrecem, al amanecer y em el crepúsculo, estas montañas? Aqui no necesitamos fuegos artificiales, porque la Naturaleza nos ofrece grátis, todos los dias. Es un espectáculo que jamás se repite. Llueve, nieve o brille el sol, cubran las nubes el cielo o resplandezcan en él las estrellas, siempre ofrece um semblante distinto, uma tonalidade, um matiz nuevos. Por eso, aunque el nuestro sea um pueblo pequeñito y lleno de dificultades, estamos orgullosos de Chaltén. ?Como no estaríamos si, cotejado com lo que vemos aquí, todo el resto del mundo parece feo?


Luciana sustentando formação nebulosa lenticular sobre os céus de El Chaltén

Texto extraído sem a permissão do livro "Andes" - Livraria El Ateneo, Buenos Aires



quinta-feira, 12 de abril de 2007

Ruta 40 - As Estepes Patagônicas

No deslocamento El Calafate - El Chaltén, pudemos observar as intermináveis e desérticas estepes patagônicas, raramente entrecortadas por um rio de cor esmeralda ou lago do mesmo matiz.

Luciana fotografando as famosas estepes patagônicas

Uma parte da estrada já é asfaltada e a outra é de chão ou rípio como falam os argentinos. A poeira é tanta e a vegetação tão rala e escassa que parece um solo lunar. Podemos ver algumas estâncias de criação de ovelhas, e bandos de guanacos ao lado da estrada.

Guanacos correndo livremente nas estepes, cenário National Geographic Channel !!!

Van do motorista Sérgio na estrada de rípio, parando para o grupo fotografar a cada 5 minutos, uffhh!!!

Paramos no meio da estrada para um lanchinho - Parador Luz Divina - e apreciar a paisagem. Comemos enpanadas com Gaseosa de Pomelo Paso de Los Toros. Tinha um velho patagônico muito fotogênico, que posou para as fotos e não cobrou cachê!!!

Velhinho no Parador Luz Divina posando para a foto, mais patagônico impossivel!!!

Casa abandonada no Parador Luz Divina, set para filme B de terror...

Foto cliche do tradicional "giravientos"

No resto da estrada, já asfaltada até quase a entrada de El Chaltén; facilita a chegada ao nosso próximo destino, mas perde o glamour da aventura...

É lá que fica Chaltén... sigam-me os bons!!!

Bom, chegamos finalmente à Capital Nacional do Trekking - El Chaltén. Nosso porto seguro pela próxima semana. Ponto de partida e de chegada de paisagens ainda mais deslumbrantes... Aguardem as cenas dos próximos capítulos...

Vista do restaurante La Senyera para a avenida Guemes, entrada da "cidade" de El Chaltén

Luciana em cenário de filme de farwest.
Coches de vanguarda estacionados na avenida San Martin dão um tom de modernidade à cidade.


sábado, 7 de abril de 2007

Glaciar Perito Moreno e Mini-Trekking no Glaciar


Panorâmica do Glaciar Perito Moreno

Esse é o passeio mais clássico da região – TURISTADA TOTAL!!!. Pega um ônibus em El Calafate e anda em torno de 1 hora até chegar na Península que dá de cara com o imenso glaciar. A vista é deslumbrante, a gente fica imaginando quantos anos tem aquele gelo todo. A idéia da dimensão é que nos assusta.

Fotografia clássica nas passarelas do braço norte

Por fotografia ou filmagem, a gente pensa que é muito menos. Mas é gigante! As paredes têm a altura de um prédio de 20 a 30 andares. A diversão maior ali é ficar esperando um desprendimento de uma parede de gelo com sua queda no lago, gerando uma imensa onda. O barulho é de um trovão! Há várias passarelas bem sinalizadas, estilo Cataratas do Iguaçu. Passeio imperdível, mas com pouca aventura... Dá pra fazer até quando ficar gagá!


Luciana eternizando o azul profundo do Glaciar

Após o passeio, que tinha hora para sair, fomos até um barco que nos levou, após 20 minutos de navegação pelo braço sul do lago, até o local onde sairíamos, caminhando pelo meio do bosque para local de partida do mini-trekking. Ali também tinham filas e tivemos que esperar um pouco para calçar os “crampones”, que são um solado de metal com garras para caminhar sobre o gelo e não escorregar.

Barquinho que levou nós e a torcida do Flamengo até o Mini-Trekking


Vista do glaciar pelo braço sul (Rico) - paredões imensos!

A cor azul é pela alta compactação do gelo durante milhares de anos; com o derretimento formam esculturas abstratas...

Patagônia, terra de contrastes...!!!


Casal aguardando na fila para calçar os crampones; nesta paisagem, se a fila não andar não tem problema!!!

No início o cara se sente meio pato caminhando, mas logo pega segurança e já se aventura! Tinham dois caras que eram os guias no gelo, um era estilo Bob Marley, meio viajandão e bem gente fina. O outro era estilo ruivo nórdico, meio estressado, ficava xingando a galera, muito preocupado para que a gente não se machucasse.

Todo mundo em fila indiana!!!

Caminhamos uma hora e meia em cima do glaciar, por cima de fendas profundas e locais onde era preciso alguém para auxiliar para subir e descer, devido à inexperiência com o uso de tais acessórios. Estava um sol lindo, com céu azul de brigadeiro, mas a proximidade com o gelo criava um microclima gelado, mais ou menos como passear no setor de congelados do supermercado de bermuda, camiseta e chinelo...saía até fumacinha da respiração!


Fenda vertical na geleira; caiu, morreu!!!


A água para beber a gente pegava ali mesmo. Acho que nunca mais vou beber tão pura, fiquei impressionado...

Flávio se abastecendo com água milenar direto da bica...!!!
Perrier fica no chinelo!

Bem no final do passeio, fomos agraciados com 2 litros de uísque (Famous Grouse) com gelo picado do glaciar + bombons à vontade. Tomei 2 doses no gut-gut e já bateu na hora, tinha comido só um sanduichinho de meio-dia. Daí tudo ficou mais lindo ainda...


Bob Marley e Nórdico preparando uma "cascavel" com gelo do glaciar...

Barco de volta + ônibus com cochilada clássica da Luciana e minha também. Noite com Parrillada em El Calafate.

domingo, 1 de abril de 2007

Laguna Nimez - El Calafate

Impressionante esta tal de Laguna Nimez, logo no primeiro dia fomos visitá-la no final da tarde, só alguns minutos andando a partir do centro de El Calafate. O paraíso para birdwatchers e ornitólogos... e também para os amantes da Fotografia de Natureza.

Laguna Nimez e suas margens protegidas por um jardim de margaridas do campo

Flamingos e Cisnes de Pescoço Negro obviamente são os ossos duros de roer, os bichos mantém um perímetro de segurança de qualquer objeto que se movimente. Para tirar boas fotos, só com muita paciência e sorte, ou com uma teleobjetiva potente.

Flamingos sobrevoando em formação militar a Laguna Nimez

O resto dos pássaros eram moleza; falcões, patos, marrecos e outros posavam para a fotografia. Ficamos lá uma hora e meia e tiramos boas fotos, com aquela luzinha do final de tarde, então... era covardia.

Falcãozinho posando para a foto (olha o passarinho!!!)


Faltou mesmo uma veste apropriada, daquelas camufladas do exército...

O melhor de tudo era, depois de caminhar ao redor da Laguna, em 10 minutos estar sentado em um restaurante no centro da cidade comendo uma Parrilla e tomando uma Quilmes. Lagoa do Peixe nunca mais...

Parcerias da Laguna Nimez: Felipe, Gustavo, Luciana, Eliane e Carlos, horário da foto 22h01m